Dementia 21

Dementia 21

Informações Técnicas

Título: Dementia 21
Título original: Dementia 21
Autor: Shintaro Kago
Artista: Shintaro Kago
Volumes: 1
Lançamento: 5/Mar/2020
Editora: Todavia

Dementia 21 retrata em 17 histórias curtas a rotina de Yukie Sakai, uma cuidadora de idosos que lidera o ranking de mais bem avaliada.
O que parece ser um trabalho monótono torna-se cada vez mais difícil no decorrer de cada capítulo. Não se deixe enganar por esse enredo, pois essa obra está bem longe de ser um slice of life padrão. É um mangá que mescla o gore, o bizarro e o surreal de forma de harmônica.

 

 

  • Dementia 21

Considerações finais – Analisando a obra como um todo

Arte
Eu gostei bastante do traço do Shintaro, tudo possui bastante detalhes e cada personagem tem uma composição bem única (fugindo daquele estilo onde parece que todo mundo é igual, só que com roupas e cabelo diferente).

Achei interessante pois há muitos desenhos de coisas inusitadas, como carros, caminhões, móveis e pedaços da cidade. Isso deu um toque bem detalhista para o modo como cada quadro foi composto.
Também notei que diversos ângulos são explorados, dando bastante naturalidade em certos momentos e reforçando o humor em outros.

 

Roteiro e História
Num primeiro momento, não existe nenhuma história profunda, ainda mais porque cada capítulo é independente do outro.
Mas ao lermos com um pouco mais de atenção, é notável que por trás das loucuras que ocorrem, existem críticas escondidas.
O Japão é um lugar com muitos idosos e não é de hoje que alguns autores decidiram criticar como a sociedade japonesa os tem tratado.
A sensação que eu tive ao ler Dementia 21 é que na maioria dos casos o idoso é visto como um problema pelos seus familiares, e que eles não querem ter a responsabilidade de cuidar deles. Esse “problema” é resolvido ao contratar uma cuidadora e sempre há uma desculpa para justificar a contratação de seus serviços.

Tirando essa parte séria, é possível encontrar muito humor e bizarrices no decorrer dos contos. Há diversas notas explicando as referências aos nomes dos personagens (que são alusões a atores, músicos e artistas japoneses, que de alguma forma sempre tem alguma conexão com o tema do capítulo).
Se prepare para ver de tudo: mechas, dentaduras com vida própria, rugas infinitas e até mesmo rodovias específicas para suicidas.

O absurdo é um adjetivo constante e isso acaba tornando muitas das críticas leves e fáceis de passarem despercebidas.
É uma leitura divertida e que eu recomendo fortemente para quem curte as obras de Junji Ito – não por possuir horror, mas por flertar frequentemente com o bizarro e o inesperado.

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